quinta-feira, 8 de março de 2007

International Women's Day

Hoje certamente é um dia, específicamente como outro qualquer! Exceto para as detentoras do sexo feminino. Pois sim, dia 8 de março: Dia Internacional da Mulher. Sua criação, diz-se, ocorreu na virada do século XX, por mulheres que trabalhavam na indústria têxtil sob péssimas condições. Tendo como marco a organização de um megaprotesto nesse dia, lá em 1857. A partir daí, a data se fez presente e bem ativa. Os oitos-de-marços seguintes foram marcados por diversos protestos em grande parte da Europa e também da Rússia, para qual inclusive, serviu de estopim para a Revolução Russa de 1917. Lenin inclusive foi obrigado a tornar a data oficial, uma celebração à "heróica mulher trabalhadora", até hoje como Feriado Nacional! Talvez o mundo venha a ser (se é que já não o foi) matriarcal. Com a ajuda da Hillary, quem sabe? Se não o mundo, porque não boa parte dele, os EUA. Sem contar o velho continente. E a Yeda! Heloísas Helenas, Martas Suplycis. Elens Graices!!!! (quase que já ia esquecendo). Enfim, um excelente dia às mulheres. Aproveito ainda, para sugerir a criação do Dia Internacional da Humanidade. Pois no conjunto atual, esta sim, precisa de cuidados!

quarta-feira, 7 de março de 2007

Êta...nol

Desde o início da semana que os ânimos brasileiros estão um pouco eufóricos. O presidente norte-americano, George Bush - o Lula deles! -, que fará visita ao Brasil amanhã, está sendo bastante aguardado aqui em baixo para a discussão sobre a geração de energia alternativa. Uma mistura de etanol (álcool) para geração de combustível, diminuindo a necessidade de utilização de petróleo. O qual, inclusive, todos afirmam, se esgotará em breve. Um inédito acordo bilateral entre o Tio Sam, que detém o dinheiro, e o sobrinho latino pobre, que fez a lição de casa e desenvolveu a tecnologia, está prestes a ser assinado. Há quem diga, inclusive eu, que isto, além dos aspectos nebulosos, ainda servirá como estratégia de isolamento de alguns de nossos vizinhos. Em bom português, estão puxando o tapete da Venezuela & Cia Ltda. Talvez seja um grande negócio, talvez não. Só espero que nossos representantes dêem o devido valor sabendo administrar essa descoberta e, sobretudo, olhem com mais atenção para as conseqüências, muito bem exemplificadas nos canaviais Brasil a fora, tomados pelo trabalho desumano de milhares de pessoas. É como no trecho da composição de João Sérgio: "Como será o amanhã? Responda quem puder. O que irá me acontecer? O meu destino será como Deus quiser." música "O Amanhã"

sexta-feira, 2 de março de 2007

Magnífico

Já que minha inspiração caiu junto com a Bolsa Chinesa, resolvi inaugurar o mês de março com uma crônica retirada da Zero Hora, de autoria de Luís Fernando Veríssimo.

"Emília, Emília, Emília
(Do baú) Alguém se lembra de um grupo chamado Os Três Moraes? Dizem que vem aí um chamado Os Três Imorais. Uma nova versão do conjunto vocal Quatro Ases e um Coringa será adaptado para os tempos atuais e se chamará Quatro Ases e um Quinto na Manga. O Caymmi ainda não autorizou, mas uma versão atualizada da sua música será assim: "O mar de lama, quando quebra na praia..." etc. Lembra a saudosa maloca? Estava perto de uma escavação do metrô e desabou. A casinha pequeninha onde o nosso amor nasceu, lembra? A que tinha um coqueiro do lado que, coitado já morreu? Descobriram que não foi de saudade, foram agrotóxicos. A casinha também se foi, engolida pela especulação imobiliária. Aquela outra casa, à beira de um regato e de um bosque em flor? Demoliram. O terreno foi ocupado por uma agroempresa multinacional, e tem havido conflitos na região, inclusive com invasões de sem-terra. O barracão de zinco lá no morro virou QG do narcotráfico e foi arrasado numa recente batida policial. Os disparos perfuraram o zinco e salpicaram de balas o chão, atingindo a cabrocha, o lança-granadas e o violão. Sabe a deusa da minha rua? Descobri que era um travesti. O apito da fábrica de tecidos não fere mais os meus ouvidos porque a fábrica faliu, desempregando muita gente que agora luta na Justiça pelo Fundo de Garantia. Ninguém aprende samba no colégio, nem samba nem mais nada, com a baixa qualidade da educação. Um bom jantar, à beira-mar, para turista que pode pagar: Copacabana. E à tardinha, o sol poente, tem sempre alguém assaltando a gente. Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça, é ela que... Epa, vem na nossa direção, e tem uma arma! Emília, Emília, Emília, eu não posso mais. Enquanto isso, na gafieira segue o samba calmamente mas malandro que é malandro ganha dinheiro com CDB e só dança em boate privê. E uma edição revisada da Seleta em Prosa e Verso trará esta parábola exemplar: "Tendo a formiga antiga trabalhado todo o verão, achou-se em penúria extrema na tormentosa estação. Não lhe restando migalha que trincasse, poverella, foi valer-se da cigarra que morava perto dela. Rogou-lhe que lhe emprestasse, pois tinha riqueza e brio, algum grão com que manter-se té voltar o aceso estio. 'Amiga (diz a formiga), prometo, a fé d'animal, pagar-vos antes de agosto os juros e o principal.' A cigarra nunca empresta, nunca dá, por isto ajunta... 'No verão em que lidavas?', à pedinte ela pergunta. Responde a outra: 'Eu trabalhava noite e dia, a toda hora'. 'Oh! Bravo! (torna a cigarra) Trabalhavas em vez de aplicar no mercado de capitais e na especulação financeira? Pois dança agora!'"."